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18 de março de 2024

Um passeio pelas joias do Museu do Automóvel de Curitiba

A MILITEC Brasil visitou o espaço repleto de veículos raros, máquinas de corrida e modelos que fizeram sucesso na indústria automotiva nacional e mundial.

Para os entusiastas de veículos clássicos, a oportunidade de admirar de perto um Ford T Delivery Van de 1919, que foi utilizado nas primeiras décadas do século passado para entregas da Matte Leão, seria fascinante. Da mesma forma, contemplar um imponente Pierce-Arrow de 1937, uma luxuosa limusine para sete passageiros, com apenas três exemplares existentes em todo o mundo, proporciona uma experiência única.

E estar frente a frente com a réplica da McLaren M23 F1 de 1974, pilotada por Emerson Fittipaldi, acrescenta um toque especial a esse incrível passeio pelo universo dos automóveis clássicos.

Agora, imagine desfrutar de todas essas relíquias reunidas em um único local. Isso é possível no Museu do Automóvel de Curitiba, reconhecido como um dos mais importantes, e um dos poucos do gênero, abertos ao público no país.

Curitiba a capital nacional da paixão por Veículos Clássicos

A capital paranaense virou referência nacional no antigomobilismo, assim como é na cultura Hot Rod, que a MILITEC Brasil já contou no blog. Não à toa, a placa preta, que identifica veículos antigos em ótimo estado de conservação, é comum de ser vista pelas ruas.

O espaço para carros antigos em Curitiba foi inaugurado em 1976, pela CAAMP. Foto: Renyere Trovão
O espaço para carros antigos em Curitiba foi inaugurado em 1976, pela CAAMP. Foto: Renyere Trovão

Verdadeiras joias podem ser apreciadas no espaço nostálgico ao lado do Parque Barigui – um dos cartões-postais da cidade. O museu foi inaugurado em 1976 por um grupo de amigos e apaixonados por veículos do passado do Clube de Antiguidades Automotivas do Paraná (CAAMP). Até hoje a entidade é responsável pelas peças em exposição, de propriedade dos sócios.

Exposição rotativa

A “garagem” do clube abriga uma coleção com mais de 400 veículos, dos quais aproximadamente 80 são permanentemente exibidos em dois pavilhões do edifício. Vale ressaltar que a maioria está em seu estado original e em condições de circulação.

“As vagas são rotativas. O colecionador deixa o carro por um período, depois substitui por outro da coleção. Esse é o grande atrativo. Sempre tem renovação das peças”, destaca Luiz Carlos Cooper, presidente do museu e do CAAMP.

O museu possui dois pavilhões, que abrigam cerca de 80 veículos. Foto: Renyere Trovão
O museu possui dois pavilhões, que abrigam cerca de 80 veículos. Foto: Renyere Trovão

Ele mesmo expôs sua coleção no local, um acervo pessoal que já chegou a ter 18 exemplares, a maioria Chrysler das décadas de 1940 e 50. Um deles, um Chrysler 1949 conversível, chegou a ser premiado em Águas de Lindóia (SP), um dos mais prestigiados encontros de antigomobilismo no Brasil.

MILITEC 1 para preservar motor e câmbio manual

Atualmente, Luiz Carlos possui três “velhinhos”, um deles cercado de um significado muito especial. “Tenho uma Kombi “Corujinha” 1974, que era do meu pai desde zero. Ela está com 38 mil quilômetros originais e já foi exposta no museu”, conta o entusiasta, que também tem um DKW Fissore e um caminhão Chevrolet “Marta Rocha” 1957 para serem restaurados.

Para preservar o bom estado mecânico dos seus antigos e, assim, realizar passeios no fim de semana com toda a segurança, o presidente do museu diz que há muito tempo aplica o MILITEC 1 no motor e na caixa de câmbio manual.

De pai para filho: a Kombi 1974 do presidente do museu, Luiz Carlos Cooper já foi exposta no museu. Foto: Arquivo pessoal
De pai para filho: a Kombi 1974 do presidente do museu, Luiz Carlos Cooper já foi exposta no museu. Foto: Arquivo pessoal

“O produto forma uma camada protetora que protege os componentes. Você percebe na temperatura do motor, que fica controlada e o MILITEC 1 não deixa esquentar. Aplico muito também nas caixas mecânicas, como a da minha Kombi”, ressalta Luiz Carlos, revelando que o clube tem “fãs de carteirinha” do produto.  

Uma viagem a diferentes estilos de carro

Aqueles que visitarem o Museu do Automóvel de Curitiba terão a oportunidade de conferir uma variada coleção de veículos do passado. Desde os pioneiros da história automotiva até os clássicos ingleses, italianos e americanos.

Há, ainda, carros de corrida e uma seleção de modelos que deixaram sua marca na indústria nacional, como Fusca, Opala, Simca Chambord e DKW.

Cadillac Coupé De Ville ao lado de uma enorme bomba de combustível antiga. Foto: Renyere Trovão
Cadillac Coupé De Ville ao lado de uma enorme bomba de combustível antiga. Foto: Renyere Trovão

O museu também abriga motocicletas e bicicletas antigas, incluindo uma carruagem do início do século passado. Os espaços são decorados com bombas de combustíveis de décadas passadas, doadas pela distribuidora Texaco.

Nas paredes, imagens de postos de gasolina do passado e outros registros interessantes contribuem para reforçar o ambiente nostálgico.

A MILITEC Brasil explorou esse ponto turístico do roteiro curitibano e mostra as atrações que mais capturam a atenção dos visitantes.

Veículo mais antigo do Museu do Automóvel de Curitiba

A Caleça, de origem francesa, foi fabricada em 1910. Foto: Renyere Trovão
A Caleça, de origem francesa, foi fabricada em 1910. Foto: Renyere Trovão

A Caleça, carruagem de tração animal, é o veículo mais antigo em exposição. Da marca francesa Rothschild, é datada de 1910 e puxada por dois cavalos.   

Fordinho “Matte Leão” e Impala

A empresa curitibana Matte Leão, marca de chá de erva-mate, foi fundada em 1901. As entregas das bebidas naquela época eram feitas a bordo de um Ford T Delivery Van, como esse exemplar 1919 cedido pela família Leão Jr. Em 2007, a companhia foi vendida para a The Coca-Cola Company.

Ford T Delivery Van ao lado da primeira geração do Chevrolet Impala Coupé. Foto: Renyere Trovão
Ford T Delivery Van ao lado da primeira geração do Chevrolet Impala Coupé. Foto: Renyere Trovão

Ao lado dele está um clássico Chevrolet Impala Coupé, da primeira geração do modelo lançado em 1958, que, naquela época, já era equipado com transmissão automática.

Veículo mais raro

Um dos 11 exemplares fabricados do Pierce-Arrow V-19 Imperial está exposto em Curitiba. Foto: Renyere Trovão
Um dos 11 exemplares fabricados do Pierce-Arrow V-19 Imperial está exposto em Curitiba. Foto: Renyere Trovão

Há no mundo apenas três unidades do luxuoso Pierce-Arrow modelo 1703 V-19 Imperial Salon, ano 1937. Um deles está exposto no museu curitibano, sendo o único exemplar no Brasil.

A limusine para 7 passageiros foi uma série limitada a 11 carros, fabricada manualmente em alumínio na cidade de Buffalo, em Nova York (EUA).

Cadillac Presidencial

Cadillac Presidencial 1952, que pertenceu ao governo do Paraná. Foto: Renyere Trovão
Cadillac Presidencial 1952, que pertenceu ao governo do Paraná. Foto: Renyere Trovão

Os cadillacs estão por todos os lados do Museu do Automóvel de Curitiba, mas um em especial chama a atenção: o modelo presidencial usado e doado pelo governo do Paraná. O modelo 75, com motor V8, de 1952, traz até a placa de carro oficial do executivo estadual.

A linhagem Cadillac também é representada por um charmoso Coupé de Ville 1958, com uma pintura esverdeada que hipnotiza e um motor V8 de 230 hp.

F1 do Fittipaldi e F-Indy de Gugelmin

A primeira sala do museu é dedicada aos carros esportivos. Foto: Renyere Trovão
A primeira sala do museu é dedicada aos carros esportivos. Foto: Renyere Trovão

Quem é fã de velocidade vai curtir o espaço dos carros esportivos. Tem Maserati Trofeo, Peugeot 307 da Stock Car e um protótipo de Endurance, além de vários troféus, quadros e capacetes expostos numa imensa vitrine logo na entrada.

No entanto, os olhares acabam se voltando para dois veículos. Um é a réplica em tamanho real da McLaren M23 usada pelo bicampeão Emerson Fittipaldi no Mundial de Fórmula 1 em 1974.

Réplica do McLaren de Fittipaldi ao lado do mini-fórmula pilotado por Gugelmin. Foto: Renyere Trovão
Réplica do McLaren de Fittipaldi ao lado do mini-fórmula pilotado por Gugelmin. Foto: Renyere Trovão

Ao lado dela está um minifórmula, ano 1969, da marca brasileira Casari. Foi nesse pequeno monoposto que Maurício Gugelmin começou a dar as primeiras aceleradas.

O piloto paranaense também doou o seu Reynard, de 920 hp, com o qual venceu sua última corrida na Fórmula Indy americana, em 2000, e que divide a atenção do público com o monoposto do Fittipaldi.

O piloto curitibano Maurício Gugelmin doou o carro com o qual venceu a sua última corrida na F-Indy. Foto: Renyere Trovão
O piloto curitibano Maurício Gugelmin doou o carro com o qual venceu a sua última corrida na F-Indy. Foto: Renyere Trovão

Carros órfãos

O movimento antigomobilista costuma chamar de carros órfãos os modelos cujas montadoras já não existem.

É o caso do Nash Rambler 1951, que está exposto na sala dos autos norte-americanos pós Segunda Guerra Mundial, num período que compreende 1946 a 1956. O local também exibe um fascinante Chevrolet Bel Air 1956.

O Nash 1951 (primeiro plano) divide espaço com outras beldades americanas fabricadas no pós-guerra. Foto: Renyere Trovão
O Nash 1951 (primeiro plano) divide espaço com outras beldades americanas fabricadas no pós-guerra. Foto: Renyere Trovão

Já em outro ambiente, repousa mais um integrante dessa família órfã: um Hupmobile Sport Roadster, de 1930.

Cord inovador dos anos 30

Um automóvel que não passa despercebido é o Cord 812 Custom Bervely, ano 1937. O sedã quatro portas com motor V8 é um dos modelos mais inovadores da indústria americana nos anos 30.

De linhas modernas para a época, trazia mordomias impensáveis até então, como para-brisa elétrico com velocidade variável, rádio AM e painel completo, inclusive com conta-giros.

O Cord 812 foi o primeiro carro americano com tração dianteira. Foto: Renyere Trovão
O Cord 812 foi o primeiro carro americano com tração dianteira. Foto: Renyere Trovão

Ele também foi o primeiro automóvel nos EUA com tração dianteira. Vinha equipado com blower original de fábrica, uma novidade que trazia tecnologia militar aeronáutica usada em aviões de caça.

O visual de vanguarda se destaca ainda pelos faróis escamoteáveis e os radiadores externos em tom cromado, vistos em ambos os lados na lateral do capô, entre o cofre do motor e os para-lamas.

Espaço duas rodas do Museu do Automóvel de Curitiba

O passeio no Museu do Automóvel de Curitiba inclui apreciar motos e bicicletas motorizadas das décadas de 1950 e 60. Foto: Renyere Trovão
O passeio inclui apreciar motos e bicicletas motorizadas das décadas de 1950 e 60. Foto: Renyere Trovão

Quem aprecia duas e três rodas vai curtir a área dedicada a motos e bicicletas. Tem modelos da Harley-Davidson estilo sidecar, com carretinha lateral para o transporte de passageiros ou de mercadorias, como barris de bebidas, por exemplo.

E ainda bikes motorizadas da marca belga Flandria, que fizeram muito sucesso na década de 1950.

Harley-Davidson no Museu do Automóvel de Curitiba com sidecar usado para o transporte de bebidas. Foto: Renyere Trovão
Harley-Davidson com sidecar usado para o transporte de bebidas. Foto: Renyere Trovão

Enfim, as peças acima são algumas das inúmeras relíquias automotivas que aguardam a visita de famílias, amantes de antigos e curiosos. É um passatempo que vale a pena e pode ser combinado com um passeio no Parque Barigui, o mais tradicional e frequentado de Curitiba.

Serviço

Museu do Automóvel de Curitiba

Endereço: Av. Cândido Hartmann, 2.300, no Parque Barigui.

Horários: de terça a sexta, das 13h30 às 16h45. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 12h e das 13h30 às 17h45.

Entrada: R$ 10.

Mais informações: www.museuautomovel.com.br.

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