Arena Velocross: moto que pegou fogo leva o título de CRF mais forte do Brasil
Preparador gaúcho Willian “Alemão” Wick leva o bicampeonato no desafio do dinamômetro após um acidente na hora do abastecimento incendiar o veículo e deixar um integrante da equipe gravemente ferido
Quando o relógio já se aproximava da 1h da madrugada de domingo (1º de dezembro), o ronco poderoso da penúltima moto a subir no dinamômetro ecoou pela Arena Velocross, cravando 81,33 cv. Em cima dela estava William “Alemão” Wink, que garantiu, pelo segundo ano consecutivo, o título de “A CRF 250F mais forte do Brasil” no Desafio Nacional do Dinamômetro.
Mas a conquista veio carregada de uma forte emoção para a equipe da Alemão Performance, da pequena Segredo, distante 264 km de Porto Alegre (RS). Ainda no sábado, um incêndio inesperado quase tirou a moto da disputa e deixou um integrante da equipe gravemente ferido, transformando o título em um tributo à superação.
Assim que desceu da moto, o gaúcho comemorou aos pulos e aos gritos de “Viteira, essa é pra você! Essa é pra você!”. É dessa forma carinhosa que Alemão se refere a Vitor Mateus Pradella, seu funcionário e amigo, que ficará hospitalizado por pelo menos 20 dias para tratar das graves queimaduras.
O preparador revelou que por pouco não desistiu de participar com a moto atingida pelo fogo, preparada exclusivamente para o desafio. As chamas comprometeram a parte elétrica, a bomba de combustível e o ajuste feito em sua oficina no Rio Grande do Sul.
“Tinha perdido todo o acerto fino que fiz para o dinamômetro. Decidi desmontar uma moto de competição da equipe para poder usar os componentes. E fiz novo acerto ali na nossa barraca mesmo”, contou o mecânico. Ele teve ajuda de outros amigos preparadores para recuperar a CRF, que estava com parte da carenagem plástica derretida pelo calor das labaredas.
O incêndio começou no momento do abastecimento, ainda na barraca do time gaúcho. O motor estava ligado e houve a explosão assim que Vítor chegou perto com o galão de combustível. “O fogo atingiu também meu braço”, disse Alemão, que estava ao lado do amigo no momento, mas não teve ferimentos graves.
Desafio do Dinamômetro teve R$ 20 mil em premiação
Com a conquista, a oficina Alemão Performance leva R$ 10 mil em premiação, além, é claro, do título de “A CRF mais forte do Brasil”. Em 2023, o gaúcho ficou com o primeiro e o segundo lugares do pódio. A diferença para este ano é que o desafio foi dividido em duas categorias: a livre, vencida pela Alemão Performance, e a de motos de até 255cc.
Nesta última, o campeão foi o preparador Tiago Lupatini, da Tiagueira Racing, de Cruz Alta (RS), que também embolsou R$ 10 mil. A sua motocicleta registrou 70,88 cv – no ano passado, ele foi o terceiro.“A coragem do mecânico vir aqui e colocar seu trabalho à prova mostra o quanto ele tem o mental forte para encarar o dinamômetro. Ele podia ter subido no equipamento e ter quebrado toda a moto, mas ele sabe do potencial que tem e o que precisa fazer para competir numa prova dessa”, observa Calistrat Neto, criador do desafio e organizador do Arena Velocross.
MILITEC 1 nas motos do Brasileiro de Velocross
Disputado na maior arena coberta da América Latina, o Arena Velocross é válido pelo campeonato brasileiro da modalidade e tem o apoio da MILITEC Brasil. A competição, promovida pela Escuderia Eventos, sob a liderança de Cale Neto, bateu o recorde de inscrições na temporada, com 485 pilotos, de nove estados brasileiros, em 15 categorias. Para definir os classificados às provas finais, foram realizadas diversas baterias classificatórias no sábado durante o dia.
“Muitas das motos usam MILITEC 1 e, geralmente, são as que obtêm os melhores resultados. O condicionador de metais também esteve nas que disputaram a prova do dinamômetro, seja aplicado nos motores, rolamentos, cabos, entre outros componentes. Sem o produto, a maioria não aguentaria”, garantiu o idealizador do evento.
As motos preparadas pela Alemão Performance são algumas das que competem com MILITEC 1. E, toda a equipe se classificou para as finais, andando sempre entre os 10 primeiros e também subindo ao pódio. “Classificar todos de uma mesma equipe de preparação é algo bem difícil numa Arena Velocross, pelo nível dos concorrentes”, ressalta Willian Wick.
Segundo ele, nesse tipo de prova qualquer detalhe faz muita diferença. Por isso, ele sempre usa o produto no rolamento das rodas, cabos da embreagem e do acelerador. “Quanto mais leve em relação ao atrito, melhor para a resistência do piloto e leveza da moto”, admitiu.
O preparador Alan “Piqueno” Medeiros, de Campina Grande do Sul (PR), é outro que se rendeu aos benefícios do MILITEC 1. Com clientes em várias regiões do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, além do Paraná, ele não abre mão de usar o produto na sua oficina, a Piqueno Preparações.
Ele informou que comprovou a eficiência do condicionador numa CRF 230F de competição, conseguindo dobrar a vida útil do motor e da embreagem. “Sem o produto, troquei duas vezes a embreagem até chegar às 30 horas preventivas do motor de uma moto preparada para competição. Com MILITEC 1, esse limite foi superado. Eu não tive de trocar a embreagem, e ainda prolonguei a vida útil preventiva do propulsor para até 58 horas”, ressalta.
Ao desmontar o motor, Piqueno viu que ele estava intacto, sem marcas de desgaste ou deformação das peças. “Foi no Sul-Brasileiro de 2019. Pude usar o mesmo motor sem precisar substituir as peças. Uma moto de competição tem uma vida útil bem menor do que uma de rua, porque é exigida ao extremo”, salientou.
Vencedores do Arena Velocross 2024
O circuito de terra com pouco mais de 300 metros de extensão, repleto de curvas e retas curtas, foi palco de disputas acirradas, reunindo competidores de todo o Brasil. Correndo em casa, o paranaense Otávio Pedro foi o grande destaque ao vencer as categorias VX1 e VX2.
O piloto tinha uma torcida especial na arquibancada. Familiares e amigos torceram do início ao fim e comemoraram as vitórias de Otávio.
“Gostamos muito de acompanhar as corridas e dessa atmosfera de motos. Especialmente do velocross, onde envolve velocidade na terra, o que deixa a adrenalina ainda mais alta. A pista, por ser na arena, também é bem difícil para os pilotos, elevando o nível, principalmente nas ultrapassagens! Foi emoção do início ao fim na torcida para o Otávio”, comentou Emerson Lima, tio da namorada do jovem competidor.
Nas principais categorias para motos nacionais, Lucas Gadotti (PR) faturou a Força Livre Nacional, Carlos Gervásio (SC) levou a 250 Pró e Rodrigo Guimarães (SP) ganhou na VX3 Nacional.
Confira outros vencedores: Erivelton Nicoladelli (PR | Over Especial e VX4 Livre), Arthur Barcelos (PR | Intermediária Nacional), Rodrigo Taborda (PR | VX3 Especial), João Onofre (SC | Nacional 200), Fernanda Fabris (PR | VXF), João Valentin (RS | Mini Motos A), Valentin Kordel (PR | Mini Motos B), Helena Borba (SP | Bike Elétrica), Guilherme Bouzi (PR | 65cc) e Lucas Souza (SP | Júnior). A programação ainda teve a corrida contra o relógio, vencida por Lucas Gadotti.
Gaúchos levam o cinturão da Desafio NACNAC
Outra atração da noite foi o Desafio NACNAC, que envolvia a disputa entre estados. No total, 5 estados duelaram na pista de terra: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, estado que participou pela primeira vez.
A NACNAC envolvia uma série de diferentes desafios, como desafio de curva, contra o relógio e a bateria final. O time do Rio Grande do Sul, formado pelos pilotos Lucas Basso, Mauro Brazaca e Jordan Martini, conquistou o bicampeonato.
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