15 de setembro de 2021

“Não perdemos em nada para os EUA na arrancada”, diz criador do maior site da modalidade na América Latina

Apaixonado por carros de alta performance desde criança, Pascoal foi piloto e hoje é um dos nomes mais importantes na divulgação do esporte nas mídias digitais

Quem é fã de arrancada e não quer perder nenhum detalhe da modalidade certamente acompanha de perto a cobertura feita pelo dragsterbrasil.com, Especialmente neste período de pandemia, em que as disputas acontecem sem a presença de público, devido às restrições sanitárias. 

Presente nas principais plataformas digitais, o veículo de comunicação é um dos mais importantes do universo a motor. Onde tem arrancada, lá está o paulistano Fabio Felix do Prado, 52 anos, mais conhecido no meio como Pascoal.

Ele registra todos os momentos de um fim de semana de prova e também tudo que rende bons vídeos e fotos para os apaixonados pelo esporte e pela preparação automotiva.

Essa história começou há quase 30 anos, quando o também piloto lançou o site racha.com, que mais tarde viraria Dragster Brasil, considerado hoje o maior do gênero na América Latina.

Pascoal não acelera mais, pelo menos dentro dos carros. Sua vida continua em alta velocidade, viajando quase toda a semana para cobrir os bastidores da arrancada e também do drift, outra paixão dele. 

Pascoal também assume o papel de diretor de pista, representando a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) na função de vice-presidente de Drift e Arrancada da entidade. 

Entre uma prova e outra, o entusiasta da velocidade bateu um papo por telefone com a reportagem do blog MILITEC 1.

Os Opalas estão entre os modelos mais usados em provas de arrancadas.

Blog MILITEC 1 – A paixão por carros e motores de alta performance vem de criança?

Eu era doido por carros de competição desde molecão, mas meu pai só enxergava o automóvel como meio de locomoção. E não me deixava chegar perto para dirigir antes de tirar a carta de motorista.

Eu queria tanto dirigir que adiantei todo o processo burocrático (da primeira habilitação) antes mesmo de fazer 18 anos. Já a prova teórica realizei no dia do meu aniversário de 18 anos. 

Blog MILITEC 1 – Como começou a sua relação com a arrancada?

Em 1993. Meu início foi nas motos, fuçando e competindo no autódromo de Interlagos. Com o carro, meu início veio um pouco depois. 

No fim da década de 1980, ainda não tinham os veículos importados, só os nacionais. E a moda dos endinheirados na época era ter carro turbo. 

E eu passava longe de ter grana. Mas, com muito custo, consegui turbinar minha Parati, ano 1983. Vendi até o cachorro para juntar dinheiro, comprar o veículo e equipá-lo.

Blog MILITEC 1 – E o conhecimento na área de preparação?

Tudo que aprendi de preparação veio de revistas importadas e sites especializados. Eu trabalhava na farmácia do meu pai. Quando não tinha clientes, eu ficava lendo sobre o assunto. Isso foi até os 25 anos. 

Também trabalhei na Revista FullPower durante 12 anos. Desde o número 1 até a última publicação que saiu impressa. Fui ganhando experiência escrevendo e estudando sobre carros.

Na teoria é difícil algum mecânico saber mais do que eu. Já na prática, eu não sei trocar uma vela. Não tenho oficina, mas sei muita coisa sobre preparação automotiva.

Blog MILITEC 1 – Como era o seu desempenho na modalidade?

A corrida era apenas um hobby. Participava para competir com amigos e não para vencer provas. As vitórias eram só para quem tinha dinheiro. A mão de obra e os componentes eram caros para preparar um veículo capaz de andar na frente. Hoje, para correr no fim de semana numa pista, você gasta entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. 

Eu fazia tudo no quintal de casa, com ajuda de um amigo mecânico. E também usava a estrutura de alguns colegas que fiz no meio da arrancada. Mas a gente ficava no batalhão de trás, na brincadeira mesmo.

Blog MILITEC 1 – Quais carros preparados você já teve na garagem?

Meu primeiro veículo foi um fusquinha 1300. Fiquei pouco tempo com ele. Depois veio um Opala 6 cilindros e em seguida a Parati. Coloquei uma turbina de caminhão, que demorava uma década para encher. 

Era tudo adaptado. Não tinha nem bomba elétrica. Não dava para colocar pressão de turbo porque o carro dava problema, queimava a junta. Os únicos carros vendidos na época e que prestavam para preparação eram o Monza e o Gol GTI. 

Hoje tenho um Chevrolet Calibra Turbo, um Tempra Turbo e um Golf GTI MK4 Turbo, além de um Fusca de arrancada.

Pascoal construiu seu conhecimento sobre preparação automotiva em revistas e sites especializados.

Blog MILITEC 1 – Quando o sonho dos veículos possantes de infância virou seu ganha-pão?

Entre 1993 e 1994, resolvi abandonar o emprego com meu pai para me dedicar ao universo dos carros. Trabalhei quase uma década de vendedor na Ancona, que antigamente era também uma oficina (hoje é só importadora) e trazia de fora peças para preparação.

Aí eu conseguia comprar a preço de custo e pagava em suaves prestações. Trabalhava meio período na revista, meio período na Ancona.

Foi nessa época que criei o site racha.com, embrião do portal Dragster Brasil.com (hoje o Pascoal também está no Facebook, Instagram, YouTube e Twitter). Eu gostava desse mundo, e meu pai (Virgílio Felix do Prado) sempre foi contra. Ele achava que mexer com carro, corrida e acelerar era uma porcaria, maloqueiragem. 

Acabou virando uma profissão para mim. Hoje meus irmãos trabalham nesse meio também. O que meu pai xingava no passado virou o sustento de praticamente toda a família.

Meu pai nunca foi numa prova de arrancada comigo porque não curtia mesmo. Porém, começou a acompanhar o meu trabalho e admirá-lo. Ele era também locutor de rádio e gostava dessa área de comunicação. Faleceu no mês passado.

O Fusca de arrancada de Pascoal ficou longe dos holofotes há quase uma década.

Blog MILITEC 1 – Você possui um Fusca preparado que estava “escondido” há dez anos. Por que todo esse tempo?

Em 2010 eu capotei um Fusca num Festival de Arrancada em Curitiba. Aí comecei a montar um outro, ano 1962. E até hoje não consegui andar com o carro porque tive outras prioridades na vida, como a faculdade, e aí o deixei encostado. Pensei: “Não vou vender e também não vou mexer”.

Somente de dois anos para cá voltei a trabalhar nele para a andar. O carro estava praticamente pronto, porém, não sobrava grana para finalizar. É equipado com motor AP do Santana 2.0 litros, tudo forjado, como pistão, biela…

Do Fusca original, só sobrou o teto e as laterais. Quase tudo por fora é em fibra de carbono. Já a pintura foi feita à mão pelo meu irmão Magoo Felix, que é artista plástico. 

Nesta configuração atual, é para o Fusca ter entre 800 e 900 cavalos de potência.

O modelo será usado apenas para exibição e deve estrear num evento de fuscas em Camboriú, no início de setembro.

Blog MILITEC 1 – A ideia é voltar a competir?

Minha ideia não é competir e sim fazer exibições. O público que acompanha os meus canais está pedindo esse tipo de coisa. É legal ter esse convívio nos eventos, sem a pretensão de fazer puxada, bater recorde.

Eu tô correndo para estrear o carro num evento de Fusca que vai acontecer em setembro, em Balneário Camboriú (o Vdablio Racing está na sétima edição e será de 3 a 5 de setembro, no Speedway Music Park).

A preparação nesse nível é um negócio caro. Para se ter uma ideia, o investimento num veículo desse gira em torno de R$ 300 mil. O meu salário na Ancona ia praticamente todo para comprar as peças.

Blog MILITEC 1 – Como está a arrancada no Brasil?

É a modalidade que tem mais carros e adeptos no país, com o maior número de pilotos cadastrados na CBA, ao lado do kart.

É tão forte que, mesmo com a pandemia, a modalidade e o mercado de peças se mantiveram aquecidos. São muitos treinos fechados. O meu trabalho de divulgação aumentou nos últimos tempos, com o crescimento do canal e no número de visualizações. Disparou mesmo.

O nível da arrancada brasileira é alto. Temos muita moral. Em termos de tecnologia e tempo de pista, não perdemos em nada para os EUA (berço da modalidade). 

Hoje a gente vende peças para os caras, eles se espelham na gente. É claro que ainda trazemos muitas coisas de lá. Existe um respeito deles que no passado não havia. 

Blog MILITEC 1 – Qual é a motorização mais usada na modalidade no país?

Cerca de 80% se concentram no AP 2.0, no seis cilindros do Opala e o GM 4 cilindros, que chamam também de C20 e vinha no Vectra e no Calibra GSI – 2.0, de 16 válvulas.

Blog MILITEC 1 – Há um formato paralelo de disputas no Brasil chamado Armageddon – o desafio entre listas -, que vem ganhando força.

Sim, no Armageddon não há classificação por tempo. Quem chega na frente, vence. E tem a participação das áreas, como ocorre nos EUA (as áreas 11 e 13 com pilotos de São Paulo; a 41, de Curitiba; a área 43, de Londrina, etc.).

É feita uma lista com os dez melhores, exatamente como ocorre lá fora. E aí o competidor vai subindo nesse ranking regional. Quando acontece o Armageddon, são escolhidos alguns dessas listas. 

Blog MILITEC 1 – Quais as principais praças de arrancadas no país?

Curitiba já foi a principal praça por muito tempo, mas perdeu força com o impasse do autódromo de Pinhais, se fecharia ou não. Aos poucos, as competições estão voltando lá. O próximo Armageddon está quase certo que será lá.

Atualmente temos o Race Valley em Tremembé (São Paulo), o Velopark em Nova Santa Rita (Rio Grande do Sul), e o Toledo Dragway em Toledo (Paraná). Na última etapa do Paranaense em Toledo, havia 160 carros inscritos. 

Pascoal captando imagens para as redes sociais durante o Paranaense de Arrancada em Toledo.

Blog MILITEC 1 – Qual foi o seu momento mais marcante na modalidade?

Em termos de eventos, sem dúvida sempre foram os festivais em Curitiba (Brasileiro de Arrancada, que ocorria no fim do ano).

Na edição de 1996, houve o primeiro desafio Brasil-EUA. Eles vieram com carro de 5 mil cavalos, carro a jato. Trouxeram uma arrancada de primeiro mundo. E ainda ganhamos em algumas categorias dos americanos. É um evento que todo mundo lembra.

Blog MILITEC 1 – O que o público mais gosta de ver nas suas redes sociais?

Ah, são as histórias. De pessoas que curtem carros inusitados e até de um veículo mais simples, no qual o público possa se espelhar para o preparar o seu próprio veículo. É o que a galera mais curte. Às vezes, você pega uma Ferrari de R$ 5 milhões, que o cara mexeu e investiu mais R$ 2 milhões. E aí você mostra um Chevette de R$ 5 mil, só que o dono investiu R$ 100 mil e fica andando de Chevette.

Blog MILITEC 1 – E o dragster, ainda está presente?

Virou um carro de exibição. Há sete anos havia muitos nas competições. Como Curitiba deu uma morrida, hoje tem muitos que estão parados. Mas continua sendo o top da modalidade.

Blog MILITEC 1 – O MILITEC 1 é muito usado nas arrancadas?  

Sem dúvida. No Brasil, o MILITEC 1 começou na arrancada há muitos anos. É uma modalidade que exige o extremo da mecânica. Se o negócio não funcionar direito, é ali que vai dar pau.

A gente faz o carro pra quebrar. Por isso tem de ter o MILITEC 1, que é para dar uma sobrevida um pouco maior para o motor, e também um bom óleo. 

A MILITEC Brasil apostou na arrancada e chegou aonde está hoje porque a modalidade exige muito dos componentes, muito mais do que em outras modalidades.

Conhecendo a MILITEC Brasil.

O Pascoal já veio conhecer a MILITEC Brasil, relembre aqui. Ele também foi na Universidade Tecnológica Federal do Paraná para conversar com os pesquisadores que estão estudando o MILITEC 1, veja aqui.

Gostou da história do Pascoal? Conheça também a história do Calistrat Neto, ou simplesmente o Cale, que é chefe da equipe de motocross da Honda Racing Brasil ou, ainda, da piloto Taty Xavier, que sempre arrasou nas provas de arrancada.

Entenda o MILITEC 1

MILITEC 1 é o primeiro e melhor condicionador de metais, que protege o seu equipamento de verdade, porque é o único com a exclusiva tecnologia Dry Impregnated Lubrication. MILITEC 1 simplesmente usa o lubrificante como um meio para chegar às superfícies metálicas em atrito e aos pontos críticos de calor dentro do equipamento. Chegando a esses locais, MILITEC 1 sai completamente do lubrificante e as moléculas de MILITEC 1 fixam-se na superfície metálica (adsorção*). Isso ocorre entre 38 ºC e 66 ºC, dependendo das condições de atrito e carga. O efeito dessa reação enrijece a superfície metálica (não a endurece), tornando-a aproximadamente 17 vezes mais resistente quando a reação se completa. Além do aumento da resistência metálica, MILITEC 1 reduz drasticamente o atrito, melhorando o aproveitamento de energia e resultando em aumento da potência ou diminuição do consumo, além de reduzir as emissões de gases poluentes.

*Adsorção é a fixação de molécula de uma substância na superfície de outra.

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