Público em corrida de Fórmula 1 ainda neste ano?

Organização da etapa de Silverstone pede a primeiro-ministro britânico que considere retorno dos fãs de automobilismo à etapa programada para julho

A pandemia da Covid-19 parou o mundo. Lentamente, países que estão avançados na vacinação começam a retomar as atividades da maneira que elas aconteciam antes da crise sanitária. Na Inglaterra, após meses de restrição, os tradicionais pubs começam a reabrir para o público, mas com pedido das autoridades para que os frequentadores continuem com as medidas de segurança, já que o coronavírus ainda é uma realidade.

A organização do Grande Prêmio de Fórmula 1 da Inglaterra não quer ficar para trás. Por isso, já encaminhou ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ao líder da oposição, Keir Starmer, e aos demais membros do parlamento um pedido para que a etapa marcada para o dia 18 de julho possa ocorrer com a presença do público no autódromo de Silverstone.

O pedido foi feito por carta pelo promotor da prova às autoridades britânicas. No documento, ele sugeriu que seja adotado um passaporte de vacinação que permita a entrada dos torcedores mesmo em meio às restrições adotadas por conta da pandemia de Covid-19. 

No ano passado, o GP da Inglaterra foi realizado sem a presença do público. Em 2019, mais de 140 mil fãs de Fórmula 1 assistiram à prova em Silverstone. 

A ideia do promotor é que somente as pessoas já vacinadas e que tenham testado negativo para Covid-19 acessem o autódromo. Na carta enviada ao primeiro-ministro e a membros do parlamento, a organização da prova pede urgência no debate sobre o tema.

“Olhando para julho, apoiamos a ambição do governo de garantir o retorno total dos fãs, sem restrições, se possível”, sinaliza o promotor do GP. “Se necessário, isso vai depender de o governo determinar se é seguro diminuir a exigência de distanciamento social ou acabar com ela”, sugere.

Torcedores do futebol inglês já tiveram o gostinho da volta

No dia 25 de abril deste ano, Manchester City e Tottenham se enfrentaram pela final da Copa da Inglaterra no histórico estádio de Wembley, que recebeu cerca de 8 mil pagantes. O governo inglês usou a partida para testar o retorno do público às atividades esportivas. Todos aqueles que ocuparam as arquibancadas do estádio precisaram apresentar teste negativo de Covid-19.

A Inglaterra usou também um festival de música para testar os efeitos de um evento com aglomeração. A programação, que aconteceu no dia 2 de maio em Liverpool, reuniu 5 mil pessoas para assistirem quatro bandas e um DJ. Todo o público precisou realizar testes de Covid-19, e o uso de máscaras não foi obrigatório, assim como manter distanciamento. Os testes de PCR foram realizados antes do evento, e o resultado negativo foi utilizado para garantir a entrada do público. Todos se comprometeram a realizar novos testes cinco dias após o festival, e forneceram contatos pessoais para garantir que fossem rastreados em caso de teste positivo. A entrada só foi autorizada a moradores da cidade e a pessoas acima dos 18 anos.

No caso da Fórmula 1, os promotores da prova pedem uma definição quanto ao direcionamento do assunto o mais cedo possível, para que possam “planejar eficientemente e de maneira eficaz, como os muitos outros eventos esportivos já agendados a partir do fim de junho”. 

“Todos os esportes veem o benefício que o processo de certificação em Covid-19 oferece para termos mais fãs em segurança de volta aos eventos o mais rápido possível. Sabemos que nossas arquibancadas só poderão estar completamente cheias com um processo de garantia”, informa a direção da prova, que avisa ainda que as dependências do autódromo deverão ter estrutura para verificar testes negativos de Covid ou testes de anticorpos, assim como o certificado de vacinação.